Sobre essa "polêmica" do termo "denegrir" e pessoas dizendo não ser racista, me lembra dessa fala...
"Não vejo ofensa nenhuma não, não vejo nenhuma conotação racial pra essa palavra. Por exemplo, uma palavra como judiar, se a gente falar 'nossa, aquela menina tá judiando do outro, pega lá o menino que ele já tá judiando do outro', eu não vejo intenção nenhuma de judeu, de judiar com intenção racista se referindo a judeus" (sic)
"O autoritarismo do politicamente correto é ruim, porque ele te põe em uma...ele te cerceia a nossa liberdade de expressão. Se a gente tem que cercear a expressão, Machado de Assis, Caetano Veloso, Monteiro Lobato, vários escritores, Gilberto Freyre, Jorge Amado, vão ter que ser revistos" (sic)
A pessoa é ignorante, né? Só parece, porque quem disse essa atrocidade foi Eva Albuquerque, que é, pasmem, professora de Português da Poli, curso preparatório para entrar na USP
Vejo que muito profissional da docência, principalmente das Letras, escolhe ignorar que, nas palavras, o significado que damos a elas é tão importante (ou mais importante) do que a origem do termo
O mais curioso é que, sempre quando ocorrem "polêmicas" relacionadas a termos preconceituosos, são sempre pessoas que não são o alvo pejorativo desse termo que resolvem falar que o termo não é preconceituoso. No caso, branco falando se "denegrir" é ou não racista (spoiler: quase sempre dizem que não é), não semita falando se "judiar" é antissemita ou não (mesma lógica), pessoas sem deficiência debatendo se "joão sem braço" é um termo capacitista (mesma coisa)
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Fontes
https://www.facebook.com/ricardoFF3D/posts/pfbid02iMKusScqwHyUkfMkPFQBE6YKfBVTYzo1Ryb1HgB7noMRMTgWT6iBy8uSSBUrbPK5l
https://youtu.be/fiUDIyaJ-Ig
Acho que agora eu sei porque fui atuar na área de Direitos Humanos
- sexta-feira, maio 27, 2022
- By Ricardo Oliveira
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Acho que agora eu sei porque fui atuar na área de Direitos Humanos
Uma coisa que sempre passei, desde a infância, foi a violação de direitos humanos, principalmente pelo fato de ser autista. No contexto escolar vivia sofrendo bullying (assédio), o que me fez, na época, ter uma visão bem negativa da escola, além de me fazer odiar pelo fato de ser quem sou, um neurodivergente, uma pessoa com deficiência
Demorei muito tempo para me aceitar justamente porque não via, no meu entorno, alguma figura que representasse algo que eu poderia ser, um autista que falasse para mim "é possÃvel". Na vida adulta, descobri o ativismo não só de autistas, mas de toda a neurodiversidade e da deficiência, só sinto que poderia ter descoberto antes
O ativismo me fez ter um conhecimento mais profundo sobre Direitos Humanos, o mesmo que é tão criticado pelo senso comum de que "defende bandido", o que é bem diferente da realidade, que é promover uma vida mais digna a todos
Desde a infância eu tive meus direitos violados, e deve ser por causa disso que atuo para que outras pessoas não tenham que passar pelas mesmas violências nas quais eu tive de ser submetido, seja na infância, seja agora na fase adulta
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Fonte
https://www.facebook.com/ricardoFF3D/posts/pfbid0X6MsYuxWeUkb8vPRm6qDCKPwkavN958vVWmRj32YELDkyYR6pL2NrS1sJBb6H1nul