Sobre essa "polêmica" do termo "denegrir" e pessoas dizendo não ser racista, me lembra dessa fala...
"Não vejo ofensa nenhuma não, não vejo nenhuma conotação racial pra essa palavra. Por exemplo, uma palavra como judiar, se a gente falar 'nossa, aquela menina tá judiando do outro, pega lá o menino que ele já tá judiando do outro', eu não vejo intenção nenhuma de judeu, de judiar com intenção racista se referindo a judeus" (sic)
"O autoritarismo do politicamente correto é ruim, porque ele te põe em uma...ele te cerceia a nossa liberdade de expressão. Se a gente tem que cercear a expressão, Machado de Assis, Caetano Veloso, Monteiro Lobato, vários escritores, Gilberto Freyre, Jorge Amado, vão ter que ser revistos" (sic)
A pessoa é ignorante, né? Só parece, porque quem disse essa atrocidade foi Eva Albuquerque, que é, pasmem, professora de Português da Poli, curso preparatório para entrar na USP
Vejo que muito profissional da docência, principalmente das Letras, escolhe ignorar que, nas palavras, o significado que damos a elas é tão importante (ou mais importante) do que a origem do termo
O mais curioso é que, sempre quando ocorrem "polêmicas" relacionadas a termos preconceituosos, são sempre pessoas que não são o alvo pejorativo desse termo que resolvem falar que o termo não é preconceituoso. No caso, branco falando se "denegrir" é ou não racista (spoiler: quase sempre dizem que não é), não semita falando se "judiar" é antissemita ou não (mesma lógica), pessoas sem deficiência debatendo se "joão sem braço" é um termo capacitista (mesma coisa)
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Fontes
https://www.facebook.com/ricardoFF3D/posts/pfbid02iMKusScqwHyUkfMkPFQBE6YKfBVTYzo1Ryb1HgB7noMRMTgWT6iBy8uSSBUrbPK5l
https://youtu.be/fiUDIyaJ-Ig