Uma coisa que precisa ficar evidente sobre os preconceitos existentes voltados a identidade, como capacitismo, racismo, LGBTfobia e machismo, é que todos eles são divisões de um ideal de corpo "normal" (homens cis branco e sem deficiência), ou seja, é consequência de um ideal de eugenia
Muito se fala de eugenia como um processo biológico voltado a questão racial, porém não é só, o pensamento eugênico afeta nossas vidas e podemos nem perceber
Casos como querer que o filho nasça branco, ou tenha cor de olhos diferentes, ou mesmo não tenha deficiência, são exemplos
Casos como esse são os mais explícitos, mas há também uma pessoa preta que sofre racismo, um autista não oralizado que tem sua decisão invalidada, ou mesmo uma pessoa trans que tem receio de transicionar por causa da família, tudo isso é a imposição de um "normal", um "padrão"
Quando o naz aplicou esse ideal com o máximo de intensidade possível, foi aplicado a partir do seu "normal", algo que era compartilhado por toda a Europa, visto a forma como o continente definia África, Ásia e América do Sul, a diferença é que o naz tentou aplicar na Europa
Por isso que, dentro do sistema capitalista, a eugenia é usada como ferramenta de opressão de povos, justamente para promover uma superioridade do "normal", e há vários nomes para isso, trabalho escravo, precarizado, uberizado, teoria da dependência, etc
A aplicação mais alta da eugenia é como extermínio de povos que não fazem parte dessa "normalidade", porém, em períodos mais "amenos", a eugenia é voltada para fazer a sociedade "normalizar" as pessoas, é fazer a pessoa odiar a si e os outros por estar divergente da norma imposta
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Fonte
https://www.facebook.com/ricardoFF3D/posts/pfbid038Hc65kouNTN99S6cSA2pkAuHhHWDMg8nyhQd3VArV1YHS9smquvTa7YDWjQsKTBKl